Guia da Bruxa Ctônica - Março (Equinócio de Outono)
Perséfone te apresenta os primeiros desafios para outonar
Mesmo em meio ao calor escaldante dos dias de verão, o outono já se apresenta para nós, não somente nos sutis detalhes da natureza e no desbotar das folhas, mas também em nosso espírito, que se prepara para a descida. Perséfone retorna ao seu lar, o Submundo, casa dos espíritos, e, com isso, nos convida a adentrar no reino de Hades com ela, para sondar seus mistérios de transformação oculta, mas não sem antes dissolver completamente tudo o que obstrui nosso caminho entre a superfície e a profundidade de quem somos.
Os últimos dias do verão serão marcados por desafios e intensidades ressaltadas pelo poder do Sol, que se despede não totalmente, de uma forma que não se atenua, mas permanece intensa e presente em meio a tantas movimentações astrológicas que acontecem no céu. A Lua, em cada faceta, parece disposta a nos convidar para a preparação do trabalho das sombras, que será realizado nos períodos de outono e inverno, uma provocação espontânea que acontece com a chegada do outono, marcando o início da parte escura do ciclo das estações.
As divindades ctônicas estão atentas ao longo dos dias, observando aqueles que tentam fugir, dissimulando suas responsabilidades espirituais, e aqueles que estão buscando se preparar para o outono. A antiga fábula da cigarra e da formiga nunca fez tanto sentido como no mês de março de 2025, quando, logo após as festas de Carnaval, estaremos passando por uma lunação que desafia nossa escuridão e nos fará começar o caminho de encarar os demônios e monstros pessoais de frente.
Para a bruxa ctônica, março de 2025 pode ser percebido como um mês de revisão total. É a hora final da organização e da separação entre aquilo que faz sentido em sua vida e aquilo que não agrega em sua jornada de autonomia, soberania e coroação pessoal. Este é o mês da separação entre a mãe e a filha, entre a superfície e a profundidade. Perséfone novamente se despede de Deméter e retorna ao seu lar sombrio, onde voltará a reinar como Rainha dos Mortos. E, da mesma maneira que a deusa retorna como soberana de si, ela nos pede, como requisito, que nos portemos como verdadeiras rainhas de nossas vidas, enfrentando os desafios com ousadia, deixando de agir como meninas coadjuvantes da própria jornada. Este mês demarca o reafirmar da deusa em sua maturação. É uma saudação ao desenvolvimento cíclico de Perséfone, sendo também um convite para que possamos reafirmar que estamos mais do que prontas para essa imersão dentro de nós. E não apenas reafirmar, mas criar recursos, aparatos e ordem para empreender esse caminho. Em Perséfone reside o poder de reduzir o impacto inicial do contato direto com as sombras ao saudarmos o outono, mas, para que isso aconteça, precisaremos ver março como um mês de acerto, preparação do solo para a imersão, abertura de caminhos entre a densidade mórbida e fértil da terra. Uma magia que exige paciência, resiliência e resistência emocional, espiritual e psíquica.
A debulha (separação de grãos) começou em fevereiro e termina aqui, com a conclusão da preparação para adentrarmos no reino de Hades com a Rainha do Submundo. Seguimos para as magias do mês!
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